Beira Meu Amor

A Beira foi o grande amor da minha vida. Recebeu-me com seis anos, em Novembro de 1950 e deixei-a, com a alma em desespero e o coração a sangrar, em 5 de Agosto de 1974. Pelo meio ficaram 24 anos de felicidade. Tive a sorte de estar no lugar certo, na época certa. Fui muito feliz em Moçambique e não me lembro de um dia menos bom. Aos meus pais, irmão, outros familiares, amigos e, principalmente, ao Povo moçambicano, aqui deixo o meu muito obrigado. Manuel Palhares

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quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Pura coincidência, ou "empréstimo"...

Caros Amigos,

Acabei de receber de vários amigos, e-mails com um artigo do jornalista, senhor Mário Crespo, a que ele dá o título: "Está bem...façamos de conta".
Descobri, por posterior pesquisa minha na net, que o referido artigo também tinha sido pubicado, hoje, no blog "Revista De Arte e Crítica de Viseu":

http://aveazul.blogspot.com/search/label/estado%20da%20na%C3%A7%C3%A3o%20%2F%20M%C3%A1rio%20Crespo

onde já "postei" um comentário com a mesma interrogação que aqui vos coloco, estando o meu comentário sujeito a posterior apreciação pelos responsáveis do referido blog, pois lá, os comentários não têm entrada imediata como aqui no Beira Meu Amor!

1 - Passemos ao artigo do jornalista, sr. Mário Crespo, publicado no blog Revista De Arte e Crítica De Viseu!

Está bem... façamos de conta

JN, 9 de Fev. de 2009

Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.
Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos.

[texto enviado por J. Costa]

Nota: O negrito é de minha autoria, como se pode verificar comparando com o original, através do link para o mesmo que publico!


2 - Meu comentário feito no referido blog e sujeito a apreciação pelos responsáveis pelo mesmo:

Caros Responsáveis pela Revista De Arte e Crítica de Viseu!

Pura coincidência, ou "empréstimo" que, certamente por arreliador lapso, não foi mencionado?!

O Senhor Mário Crespo usa, no final deste seu artigo, uma bela sequência de palavras, muito semelhante às usadas pelo poeta Reinaldo Ferreira, no seu poema "Eu Rosie, eu se falasse, eu dir-te-ia"!

Ora vejam:

Eu, Rosie, eu se falasse eu dir-te-ia
Que partout, everywhere, em toda a parte,
A vida égale, idêntica, the same,
É sempre um esforço inútil,
Um voo cego a nada.
Mas dancemos; dancemos
Já que temos
A valsa começada
E o Nada
Deve acabar-se também,
Como todas as coisas.
Tu pensas
Nas vantagens imensas
De um par
Que paga sem falar;
Eu, nauseado e grogue,
Eu penso, vê lá bem,
Em Arles e na orelha de Van Gogh...
E assim entre o que eu penso e o que tu sentes
A ponte que nos une - é estar ausentes.

Nota: Fausto e A.P.Braga têm uma canção com este poema!

É tudo o que se me oferece dizer, pois na escola ensinaram-me: "O seu a seu dono"!

Atentamente e ao dispor,

Manuel Palhares

*******************************

E é isto que, também aqui, no Beira Meu Amor, quero deixar à vossa reflexão!

Com amizade e um abraço fraterno,

Manuel Palhares

Odivelas, 11 de Fevereiro de 2009.

10 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O fazer de conta que...
é na maior parte das vezes, a forma mais prática de consentimento e o caminho mais fácil para as muitas irregularidades a todos os níveis da sociedade em que vivemos...
As denúncias de tal situação (o fazer de conta) caem em saco roto, e começa a ser uma prática corrente, o fazer de conta, em que não se sabe onde começa e acaba a anarquia em que vivemos...
1957Lucy1

quinta-feira, fevereiro 12, 2009 1:21:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ora nem mais
Jogos de interesse, conversa fiada, areia para tapar os olhos, falsos beatos, rasteiras e bate cus
É tudo a mesma cambada
Cada vez acredito menos nestes gajos
Bem Haja pelo artigo e pela pertinência
João Maria
Lisboa

quinta-feira, fevereiro 12, 2009 5:22:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Boa Manel
Nem mais! "O seu a seu dono"... aparecem sempre por aí uns "chicos espertos"...
Abração
Marocas

quinta-feira, fevereiro 12, 2009 6:16:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Amigo MANEL,

Nem mais.
Muito bem observado.
Estamos num mundo para o qual a nossa geração não foi formada e, apenas poucos, muito poucos, têm a hombridade de chamar a atenção para o facto que levantaste, com muita oportunidade.
Irresponsáveis por todo o lado, plagiadores aqui e além..., tens o exemplo de um dos livros de Miguel de Sousa Tavares, personalidade que "entra a todas as horas dentro de nossas casas"..., criatura que tem esse previlégio!
Outros deturpam tudo o que são princípios e boas maneiras de respeitar o outro, especialmente, pessoas de idade, crianças, ou senhoras grávidas, para não falar apenas em senhoras, como antigamente, se tratavam...
Esses, hoje, são os novos senhores e donos deste País, a quem temos de nos submeter...
Como pode a nossa geração andar satisfeita?!!!
Muito triste, já estamos cá a mais..., não fomos educados para viver neste mundo...
Leis que são, premeditadamente, elaboradas para protecção e defesa duma determinada camada de afilhados, leis que protegem o criminoso, que não punem o corrupto, o pedófilo..., que previlegiam os actos que eram condenados há 30 anos atrás, que liberalizam o aborto, que protegem o homosexualismo, etc., etc., já nada mais me espanta neste País.
O mal foi termos permitido a primeira excepção, a segunda, a terceira...,na centésima primeira vez de cedência, já tudo é excepção e, por usucapião, "os corsários tomaram conta do barco"!!!...
AMIGÃO, não sei se já teremos força para libertar esta nau, porque a determinação dos nossos antepassados abandonou-nos...
Um Forte ABRAÇÃO.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009 7:44:00 da tarde  
Blogger Manuel Palhares said...

Meus Caros Amigos:

João Maria e Marocas,

Muito obrigado pela vossa visita e pelas vossas esclarecidas palavras.
Um abraço para o João e um beijinho para a Marocas, do amigo ao vosso dispor,

Manuel Palhares

P.S.: Sra. D. Lucy, gostaria de lhe pedir o enorme favor de não fazer mais comentários no meu blog, assim como não me enviar mais e-mails, pois não estou minimamente interessado em ter qualquer tipo de relacionamento com a Senhora.
Na esperança de que a Senhora tenha a inteligência de perceber que a família não se pode escolher, mas os amigos sim; e que, na minha geração, a palavra, a honra e a dignidade valem mais que todo o dinheiro do mundo, despeço-me, esperando que aprenda a aceitar um não e que o despeito não a faça insistir perante esse facto.

Manuel Palhares

quinta-feira, fevereiro 12, 2009 8:02:00 da tarde  
Blogger Manuel Palhares said...

Romeiro/Anónimo,quem és tu?
Tratas-me por Manel e Amigão, Mandas-me no fim um Abração,
Dizes com vigor de tua justiça,
Esqueceste-te de me matar
A curiosidade e criaste em mim
Esta enorme ansiedade?
Um abraço amigo,

Manuel Palhares

quinta-feira, fevereiro 12, 2009 9:06:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Exmo. Senhor,
Recebi o seu contacto(SofalaOnLine), a propósito do seu comentário, muito oportuno, ao artigo assinado por Mário Crespo. Uma vez que o email deixado no seu comentário não está completo, não me é possível efectuar o contacto directo, como desejaria.
Agradeço,caso pretenda, remediar esta situação.
Os meus agradecimentos,
António Jorge

sexta-feira, fevereiro 13, 2009 11:30:00 da manhã  
Blogger Manuel Palhares said...

Exmo. Senhor António Jorge,

Muito obrigado pelo comentário que deixou no blog Beira Meu Amor. Pelo que diz, enganei-me ao escrever o meu e-mail no SolalaOnLine.
Peço-lhe desculpa e ele aqui está:

manuel_palhares@hotmail.com

Também o tornei a deixar no seu muito excelente SofalaOnLine.
Creia-me grato e ao seu dispor,

Manuel Palhares

sexta-feira, fevereiro 13, 2009 1:13:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Trancrevo o que escrevi no teu Sitio, Manel....


Manel,
Custa-me acreditar que o reputadíssimo Mário Crespo, agisse desse modo. Até, porque em minha modesta opinião, não precisava de tal artificio.
De ti, nota-se um bom observador, perspicaz, que nada escapa.
Terá o dito jornalista, registado na sua memória essa expressão e esquecido de a citar como fonte de.....?
Pode ter sido e todo o ser humano, merece o benefício da dúvida.
Mas, e porque não denunciar essa situação?
De qualquer maneira, ao contrário de muitos, que por este meio abundam, plagiando e mesmo, usurpando, sem respeitar direitos de autor, por não saberem escrever ou direccionar uma discussão não acredito que tenha sido essa, a intenção de Mário Crespo.
Um beijinho,
SAO ALVES

terça-feira, fevereiro 17, 2009 4:56:00 da tarde  
Blogger Manuel Palhares said...

Ó Bianita, e transcrição por transcrição, aqui vai também a minha, que corresponde à resposta que te dei ao teu comentário sobre este assunto, no meu sítio do Multiply!

"Princesa do Lima,

Pois, pois, repiupiu, pardais ao ninho!
Os plagiadores são como as bruxas! Ninguém acredita nelas, mas que existem, existem!
Há horas do diabo, em que a tentação ofusca o raciocínio e os valores e por aí fora...
Obrigado pela visita e pelo comentário.
Um beijinho e a continuação de uma óptima semana,
MPalhares"

Um beijinho amigo,
MPalhares

quarta-feira, fevereiro 18, 2009 6:58:00 da tarde  

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